A cultura de testes no processo de desenvolvimento de software

Cléber Zavadniak

  • Arquiteto de Software
  • Desenvolvedor de Software
  • Consumidor de Software
  • Desde 2004, profissionalmente

 

https://cleber.solutions

1- Por quê?

Por que ter testes automatizados?

  1. Para evitar regressão.

Fim

Regressão

Regressão

  • Antes funcionava
  • Agora não funciona mais

Regressão

  • O que quebra não é a funcionalidade nova
  • Quebra outra parte que você nem mexeu!
  • E nem sempre quebra imediatamente
    • O bug pode ser descoberto N releases depois
      • Vide `git bisect`

Regressão

  • Trabalho miserável / "inútil"
    • Consertar o que já estava funcionando
    • Toma tempo precioso da equipe
      • "À toa"
    • E explode na mão do cliente!
  • Pode gerar efeito dominó
    • "Bug que criei ao corrigir outro bug"
  • Queima o filme da equipe
    • Perante a diretoria
      • (E vai gerando "trauma da entrega")
    • Perante o cliente
      • (E a reputação da empresa vai junto)

Regressão queima o filme da empresa

  • Caso: Salesforce/Apex
    • Força você a escrever testes
    • Por que, se o software nem é deles?

Regressão custa caro

E mais caro quanto mais perto de produção.

  • Levantamento de requisitos: 100
  • QA: 1.500
  • Produção: 10.000

 

Departamento de Comércio dos EUA:

"bugs de software custam 59,5 bilhões de dólares para a economia americana"

 

https://www.isixsigma.com/industries/software-it/defect-prevention-reducing-costs-and-enhancing-quality/

https://www.celerity.com/the-true-cost-of-a-software-bug

 

Fonte: IBM System Sciences Institute

Fonte: a experiência do cara, baseado em um wage de USD 100,00/hora.

Por que o custo sobe tanto?

  • Envolve mais gente
    • Cliente
    • Suporte N1
    • Suporte N2
    • PM
    • Equipe de desenvolvimento
    • Desenvolvedor
  • É um desvio
  • Pode gerar outros custos
    • Infraestrutura
    • Negação de serviço
    • Processos legais

Ou seja

  • Se ter testes torna o processo 2x mais demorado...
    • Ainda assim se paga!

Vantagens

1- Eliminação do

cagaço-de-mexer

  • Típico de integrantes novos
  • Tende a atrasar as entregas
    • E "incomodar" os colegas

 

Depois que mexo no código, que garantia eu tenho de que não quebrei nada?

 

"Parece okay" é insuficiente.

2- Código "hermético"

  • Outra pessoa pode mexer no "teu" código
    • Se fizer algo errado, os testes detectam!

3- Testes são uma forma de documentação

"Atenção: é muito importante jamais permitir que um usuário do grupo X altere configurações da seção Y!"

  • Questões de controle de acesso (segurança)
  • Checagem de possíveis abusos
  • Casos especiais

4- Falhar local é muito melhor que falhar em produção

  • Público afetado = 1 pessoa (você)
  • Fora do ciclo de deploy
  • Rule of Repair: When you must fail, fail noisily and as soon as possible.

Como começar

Como começar

  1. Bugs
  2. Novas funcionalidades
  3. Código "em repouso"

Bugs

  • Nenhum bug é "corrigido" sem testes para comprovar
  • Correção em 2 etapas:
    1. Entender o problema e escrever o teste
      • (que deve falhar)
    2. Fazer o teste passar

(pytest)

Novas funcionalidades

  • Se não tem teste comprovando que funciona,
    • então não funciona
    • e, se funcionar por pura sorte, vai bugar em breve.
    • É necessário uma "prova formal".

 

("Nova funcionalidade" nem sempre é "entrega".)

Ferramentas

  • Checklist
  • Code coverage

Checklist

  • Interessante: usar template de Pull Request
    • Incluir: "tem testes?"
  • Na definição das tarefas, incluir "escrever os testes"

Code coverage

  • É possível impedir que a cobertura decaia.
    • (PR fica "bloqueado")
  • Mas primeiro precisa medir!
    • Ou seja: configurar CI adequadamente.
    • No começo, pode ser um git-hook.

Macetes

Seja rápido!

  • Localmente: mais fácil
    • (Se for difícil e lento, você não usa)
  • No CI: mais barato
    • (Cada minuto conta)

Faça bom uso de transactions+rollbacks

  • Evite I/O no HDD/SDD!
  • ("Se usa banco é unitário?" - a discussão é longa...)
  • SGBDs geralmente suportam transações aninhadas.

Evite I/O no geral

  • I/O na rede local = teste de integração
  • I/O no disco = apenas com fixtures

Capriche nas mensagens de erro

  • Da aplicação:
    • Deve guiar o usuário
  • Dos testes:
    • Deve guiar o desenvolvedor
    • Seguir a ideia de "alertas acionáveis"
    • Os nomes dos testes devem ser descritivos também

Cultura

Pessoas > Processos

  • Nenhum processo se estabelece sozinho
  • Ter testes dá mais trabalho
    • Exige
      • compromisso
      • boa-vontade
      • disciplina
      • flexibilidade
      • visão de médio/longo-prazo

Fim

  • Cultura = pessoas
  • Regressão e bugs são caros
  • Testes automatizados ajudam
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