um professor mundano

 

Marcelo Stein de Lima Sousa

DALIC/UTFPR

Agosto de 2021

Inspirado por Biesta

Três passagens>

Afeto
Compor
Mundo

Afeto

Do que um corpo é capaz?

Mergulhamos

Devemos lembrar, em primeiro lugar, que nascemos em um lugar fornecido por nossos ancestrais 

Alegria

Capacidade de fazer aliança com corpos que permitem ampliar nossa capacidade de atuar no mundo

Capacidade

Capacidade de um corpo está vinculada ao estabelecimento de algo comum entre corpos 

Comum

Em economia, o comum está sendo destruído. Em política, o comum é ignorado. Em educação, o comum sempre foi parte integrante do ensino.

Educação

A possibilidade de que corpos tenham algo em comum, tenham a capacidade de atuar juntos para compor um mundo

Compor

Podemos imaginar um mundo diferente?

Mergulho

Chegamos a conhecer e ativar um mundo ao habitá-lo, ao nos sintonizarmos com suas diferenças, posições e justaposições, através de um treinamento de nossos sentidos, disposições e expectativas e por sermos capazes de iniciar, imitar e elaborar habilidosas linhas de atuação.

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'Pé na lama'

É desta tecelagem ativa, produtiva e contínua da multiplicidade de pedaços e peças que emergimos: das formas e contornos de nossos corpos, dos padrões verbais e comportamentais recorrentes de nossas relações e dos diagramas recorrentes de nossas emoções, atitudes e posturas

Estar no mundo

É através desta  'natureza afetiva' do mundo, que a 'ação não humana' de paisagens afetivas compreendendo 'formas, ritmos e refrões' atinge um ponto de 'expressividade' para um indivíduo e desenvolve um senso de 'legibilidade'. Por meio desse processo, um 'mundo' particular emerge para o indivíduo por meio de seu envolvimento com uma série de fenômenos inter-relacionados.

Atuar

Este é um processo ativo. Não é simplesmente o resultado de nossa existência ou do encontro passivo com ambientes, circunstâncias, eventos ou lugares particulares. O processo é informado por nossa atenção focada em uma determinada experiência, lugar ou encontro e nosso engajamento ativo com a materialidade e o contexto em que os eventos e interações ocorrem. É, acima de tudo, um processo corporificado e executado que consiste no ato de cuidar do mundo de pessoas. Um ato coletivo de atuar no mundo!

Compor o mundo

  • Devemos garantir que o mundo seja legível
  • Devemos incentivar toda forma de expressividade
  • Temos que popular o mundo de refrões
  • Necessitamos chamar a atenção para o magnetismo daquilo que é comum
  • Precisamos re-conhecer nossa capacidade coletiva

Mundo

Que mundo queremos pra nossa escola?

Presos

Parece que estamos aprisionados entre a gestão de objetos (que exige que tudo e todos estejam sob controle) e a possibilidade de educar  sujeitos (tornando-os pessoas que pensam por si próprias)

Autoridade

Podemos resgatar um lugar de ensino diante da crítica contemporânea ao chamado ensino tradicional? A crítica se enquadra em uma concepção autoritária do ensino como controle, concepção em que o aluno só pode existir como objeto das intervenções do professor e nunca como sujeito por direito próprio.

Sozinho

A alternativa ao ensino tradicional, que é fazer do professor um facilitador da aprendizagem, é insuficiente. A razão para isso tem a ver com o fato de que a aprendizagem, entendida como um processo de interpretação e compreensão, em última análise, também não permite que o aluno exista como sujeito: nossa subjetividade não é gerada por nossos próprios atos de significação , mas antes constituída a partir do exterior, isto é, por meio do endereço do outro.

Juntos

É neste encontro que emerge uma concepção diferente de ensino - que, ao contrário do ensino autoritário e da aprendizagem adaptativa autogerada, visa precisamente tornar possível a subjetividade do aluno. É neste encontro que um 'eu' é chamado para o mundo, para um encontro com o 'nós' .

Comum?

A questão principal em jogo é o que aquele que está 'recebendo' fará com o que aprendeu. O que fará a partir de como se desenvolveu e a partir de quem se tornou. Mais especificamente, o que farão quando estiverem diante de algo importante para o coletivo.

Quem?

Uma professora mundana é aquela que cria algo em comum com (pequenos) seres para compor um mundo onde estes seres possam atuar de modo a serem (espinozamente) felizes

Obrigado pela atenção!

Marcelo

stein@utfpr.edu.br

https://slides.com/msteinas/professor-mundano

Bibliografia

  • Anderson, B. & P. Harrison (2010) (eds) Taking - Place: Non-Representational Theories and Geography. Farnham: Ashgate.

  • Gregg, M. & G. Seigworth (2010) (eds) The Affect Theory Reader. London: Duke University Press

  • Haraway, D. (2016) Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene, Durham and London: Duke University Press.

  • Haraway, D. (2008) When Species Meet. Minneapolis: University of Minnesota Press.

  • Stewart, K. (2012) 'Tactile Compositions', Affective Landscapes Conference, University of Derby, May 2012.

  • Stewart, K. (2010) 'Worlding Refrains' in M. Gregg & G. Seigworth (eds) (2010) The Affect Theory Reader. London: Duke University Press, pp. 339 – 53.

Respostas

Ainda são encontros?

  • esgarçamento da tessitura do comum
  • Universidade: namoro com (su)gestão neoliberal
  • multiplicidade de engajamentos
  • diversidade de possibilidades de encontros

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  • o (maravilhoso) risco da educação [Biesta]
  • o desesperador silêncio do 'envelhecer'
  • Whitehead: o maravilhamento do mundo é onde nasce a filosofia

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