Guia do PAS
O Autor: Manuel Bandeira
Biografia
- Nasceu em 1886, em Recife
- 1903 - tuberculose e saúde frágil
- Viaja para a Europa para tentar se curar
- 1914 - Volta ao Brasil
- 1917 - Primeiro livro de poesia: A cinza das horas
- 1919 - Carnaval - Ruptura
- 1930 - Libertinagem - maturidade
- Enviou o poema "Os sapos" para a SAM
- 1940 - Academia Brasileira de Letras
- 1968 - falece devido a uma hemorragia gástrica
Profissões:
- Escritor
- Professor
- Crítico de arte
Características
- Forte influência da Primeira Geração Modernista
- Ruptura com o academicismo
- Liberdade formal
- Coloquialidade
- Liberdade na criação artística
- Temas principais: cotidiano, melancolia
3 Fases:
- "Pré-modernista" - conserva elementos do parnasianismo e do simbolismo
- Domínio da técnica e estilo consolidado - modernismo, coloquialidade, desentranhar o sublime de temas banais
- Continuação + retomada de características clássicas + experimentos
Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
– Eu faço versos como quem morre.
Desencanto
Apego formal
- Parnasianismo e simbolismo
- Decassílabo
- Rimas
- Linguagem mais formal
Melancolia
- Tema da morte presente ao longo da vida do autor
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos. [...]
Os Sapos
Ruptura com o academicismo
- Utiliza forma para criticá-la
- Ironia
- Metalinguagem
- Oposição ao Parnasianismo
- 1a Geração Modernista
- Poema-piada
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritssatd dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois —
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A Rua da União onde eu brincava de chicote-queimado e partia as vidraças da casa de Dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincené na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras, mexericos, namoros, risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!
Evocação do Recife
Liberdade formal
- Versos livres e rimas brancas
- Influência do modernismo
- Linguagem também é coloquial
Melancolia
- Saudosismo
- "Recife morto"
Coloquialidade
- Na linguagem
- Na banalidade dos temas
- Busca o lirismo na simplicidade
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Pneumotórax
Primeiros versos
- Melancolia
- "Tosse" no meio da reflexão
Diálogo
- Exame direto e objetivo
- Simplicidade
- Saúde do autor marcante em sua poesia
- Pessimismo com ironia
- Aproveitar o que resta da vida
Obrigado e até a próxima!
Guia do PAS
Análise da Obra: Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
(Manuel Bandeira)
Consoada
O que significa "consoada"?
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Uma refeição com a Morte!
Com quem?
A morte e o autor
Como ela aparece no poema?
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
- Eufemismo
- Letra maiúscula - símbolo
- Influência do simbolismo
- Possibilidade de a morte ser gentil
- Ironia
- O autor encara a morte de forma leve
- Conviveu com ela durante grande parte de sua vida - tuberculose
- Iniludível - não tem como fugir da morte!
O autor sabe que a morte chegará
- Porém aborda esse momento de maneira leve
- Uso da ironia
- Diálogo direto aproxima o leitor da morte
- Informalidade
- Eufemismos
- No fim do poema, mostra-se pronto para recebê-la
- Mesmo não sabendo como será esse encontro
E aí?
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Aspectos formais e características
- Versos livres e rimas brancas
- Uso de discurso direto
- Comentários entre parênteses - refletem as dúvidas e contraposições do eu lírico
Temática
- A morte
- Mas sem toda a sensibilidade e reverência do passado
- Vê a morte de forma mais informal, banal e leve
- Ruptura com o passado
- Ressignifica os símbolos
- intimismo e aproximação com o leitor
Obrigado e até a próxima!
Guia do PAS
Abordagem no PAS: Consoada
A obra recebeu 5 citações na matriz!
Primeira citação
- Relação entre a obra e os conhecimentos prévios do leitor
- Podemos pensar na nossa relação com a Morte
- Ou em seu significado e seus símbolos na nossa sociedade
- Humanização da morte pode ser compreendida a partir desse choque
Segunda citação
- Tema: morte
- Relação entre o autor e a Morte
- Representação da morte na nossa sociedade
- Subversão de um símbolo
- A história do autor o faz enxergar a morte de uma forma diferente
Terceira citação
- Gênero textual: poema
- Recursos linguísticos utilizados e a sua finalidade
- Uso das falas entre parênteses
- Uso do diálogo direto
- Forma como se refere à morte
Aproximação e Subversão!
Quarta citação
- Comentários entre parênteses
- Levantam dúvidas sobre a morte
- Como o eu lírico se sente?
- Por que o título?
- Ele está preparado para esse banquete?
Quinta citação
- Vida, mas acostumada à morte
- A morte faz parte da vida de um ser
- Relação entre o autor, seu corpo e a morte
- Nossos corpos e a morte
Obrigado e até a próxima!
Consoada
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Consoada
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