CITOLOGIA INFLAMATÓRIA DO COLO UTERINO
o que é inflamação?
PROCESSO INFLAMATÓRIO
Mecanismo de defesa do organismo contra a agressão.
Reação ao agente agressor seguida do processo de reparação dos danos resultantes.
CERVICOVAGINITES
Infecção da vagina e da cérvice acompanhadas de corrimentos.
Esfregaços evidenciam colônias bacterianas em grupamentos ou disseminadas.
Alterações das células epiteliais podem ser acompanhadas da presença de leucócitos
Trato genital feminino é constituído por estruturas que se comunicam com o exterior.
Em todos os esfregaços vaginais podem ser observadas células inflamatórias, principalmente os neutrófilos
NEUTRÓFILOS
Deve-se ter ATENÇÃO na análise dos esfregaços.
Não é sempre que a presença destas células pode indicar infecção.
Na segunda fase do ciclo menstrual (ação da progesterona) os neutrófilos podem ser numerosos mesmo sem inflamação.
Note se o número de neutrófilos está abundante e se existem outras alterações.
NEUTRÓFILOS = relacionada com uma inflamação aguda.
NEUTRÓFILOS, LINFÓCITOS, PLASMÓCITOS E HISTIÓCITOS = pode indicar uma inflamação crônica.
A vagina e colo do útero possuem um ecossistema complexo com com numerosas espécies bacterianas.
Em circunstâncias particulares podem ser a causa de cervicovaginites acompanhadas de corrimentos.
COMO IDENTIFICAR A INFLAMAÇÃO
Presença de leucócitos no local da inflamação.
Modificação da morfologia das células do epitélio. Ex: ruptura de membrana.
Pode ter a presença do agente causal.
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
HALO PERINUCLEAR
Presença de halo em volta do núcleo
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
VACUOLIZAÇÃO
Presença de vacúolos dentro do citoplasma
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
APAGAMENTO DAS BORDAS CITOPLASMÁTICAS
As bordas tornam-se finas a ponto de não serem vistas
FAGOCITOSE
Englobamento de partículas sólidas, indicativo de atividade fagocítica
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
CARIOMEGALIA
Aumento do núcleo
CARIOPICNOSE
Condensação nuclear. Observado em células intermediárias
CARIORREXE
Cromatina em partículas e ausência de membrana nuclear
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
CARIORREXE
Cromatina em partículas e ausência de membrana nuclear
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
METAPLASIA
Substituição de um tipo celular por outro.
CITÓLISE
Destruição da célula por dissolução das suas estruturas.
ACHADOS DE ALTERAÇÃO CELULAR
BINUCLEAÇÃO OU MULTINUCLEAÇÃO
Sugestiva de infecções virais
METAPLASIA
Representa uma substituição adaptativa das células que são sensíveis ao “stress” por tipos celulares mais bem preparados para suportar o ambiente adverso.
O tecido metaplásico é mais resistente às agressões.
METAPLASIA
Considerada uma alteração celular benigna que pode ocorrer devido:
A própria modificação epitelial induzida por hormônios (ex. modificação reativa ou reparativa)
Em casos de inflamações ou infecções.
METAPLASIA
As células de reserva proliferam em múltiplas camadas (hiperplasia das células de reserva), representando a primeira etapa do processo de metaplasia escamosa.
A seguir, as células de reserva adquirem características escamosas, constituindo a chamada metaplasia imatura.
Nesse ponto as células metaplásicas começam a se estratificar e a desenvolver uma camada basal bem definida, representando a última etapa do processo, a metaplasia madura.
METAPLASIA
Células de reparação (cromatina clara e nucléolos evidentes) Metaplasia imatura ou transicional.
METAPLASIA
Ectocérvice: fundo inflamatório, aglomerado de células metaplásicas/tipo reparação.
METAPLASIA
METAPLASIA
CAUSA:
Bactérias
Vírus
Fungos
Parasitas
Traumas (cirurgia, parto)
Agentes químicos
PROCESSO INFLAMATÓRIO NA VAGINA (VAGINITE/VAGINOSE)
Inflamação comum da vagina.
Surge devido supercrescimento de diversos tipos de bactérias.
É normal ter bactérias na vagina, contudo, se a quantidade de bactérias aumenta muito pode causar a vaginite/vaginose bacteriana.
LACTOBACILOS OU BACILOS DE DÖDERLEIN
Agentes protetores da flora normal.
Podem causar vaginites quando a citólise é demasiada.
Abundantes em mulheres jovens, são menos frequentes na puberdade e após a menopausa.
LACTOBACILOS OU BACILOS DE DÖDERLEIN
Provocam citólise preferencialmente em células intermediárias, poupando as parabasais e superficiais.
Responsáveis pelo pH ácido (glicogênio-ácido lático)
Gardnerella vaginalis
Representa um cocobacilo que tem a propriedade de aderir ao citoplasma das células superficiais e intermediárias (células-guia/clue cell).
Os micro-organismos são mais facilmente identificados nas bordas citoplasmáticas.
A Gardnerella é frequentemente associada a outras bactérias, constituindo o quadro conhecido como vaginose bacteriana.
O esfregaço não contém bacilos de Döderlein e há escassez de neutrófilos.
As bactérias são visualizadas no fundo, principalmente sobre as células escamosas resultando em células indicadoras (clue cells). Os polimorfonucleares são ausentes ou raros.
Actinomyces
São filamentosos, gram-positivos e anaeróbios.
No esfregaço, esses micro-organismos se apresentam como estruturas filamentosas, ramificadas em ângulo agudo, basofílicas (coram de azul).
Os filamentos se irradiam a partir de um centro denso e escuro.
Esta bactéria é geralmente associada ao uso de DIU.
Leptothrix vaginalis
São bactérias filamentosas encurvadas em forma de S, U ou C, se apresentam enoveladas ("fio de cabelo").
São anaeróbios, Gram-negativos.
Associam-se a Trichomonas em 75% a 80% dos casos.
Candida sp.
O fungo mais comum nas infecções do trato genital inferior é a Candida sp.
A Candida aparece nos esfregaços sob a forma de pseudo-hifas (septadas, às vezes com ramificação aguda) e esporos redondos ou ovais.
Trichomonas vaginalis
Trata-se de um protozoário que aparece nos esfregaços como estruturas redondas ou ovais.
O citoplasma geralmente cora cinza-azulado e pode conter grânulos vermelho-amarronzados.
O núcleo é excêntrico, semitransparente, levemente basofílico, mal definido.
Trichomonas vaginalis
Além do exsudato purulento difuso, é comum o encontro de acúmulos de neutrófilos se sobrepondo às células epiteliais degeneradas conhecidos como “balas de canhão”.
As alterações celulares degenerativas consistem em pseudoeosinofilia, halos perinucleares e tumefação nuclear. Pode ocorrer necrose celular representada por cariorrexe e cariólise.
Vírus Herpes simplex genitalis
É um vírus que determina lesões cutâneas e mucosas sob a forma de pápulas ou vesículas que se rompem na sua evolução, com consequente desenvolvimento de erosões.
Nos esfregaços há características celulares distintas.
As alterações ocorrem nas células escamosas parabasais, metaplásicas imaturas e endocervicais.
Vírus Herpes simplex genitalis
Inicialmente citomegalia (aumento da célula como um todo) e cariomegalia (aumento nuclear).
Depois o núcleo adquire um aspecto fosco, devido a alterações da estrutura cromatínica.
Encontramos também multinucleação com amoldamento nuclear e às vezes inclusões intranucleares.
O citoplasma das células acometidas é denso, opaco, devido a alterações do citoesqueleto e à necrose por coagulação.
CITOPATOLOGIA - CITOLOGIA INFLAMATÓRIA DO COLO UTERINO
By KELLY EMI HIRAI
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