Docência e Gênero
Por Deise Bruna, Lara Noilo, Márcia Gurlarte
e Rafaela Melo.
Texto Base:
DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri; ANTUNES, Fátima Ferreira. Magistério primário: profissão feminina, carreira masculina. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.86, p.5-14, ago. 1993.
Zeila de Brito Fabri Demartini
Possui Graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1968), Mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1970) e Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1980).
Fatima Ferreira Antunes
Mestre e doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo e atualmente socióloga do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Introdução
O trabalho discute como a mulher vai entrando para o magistério primário e tornando o exercício desta profissão predominantemente feminina. A partir dos relatos orais e outros documentos, o trabalho mostra como a maioria feminina não está representada nos postos de controle e de formação de novos profissionais, que continuam a ser ocupados por homens.
Período colonial
(1500 - 1822)
- A mulher brasileira afastada da escola;
- Os colégios jesuítas eram destinados apenas para os homens;
- As mulheres cabia aprender as "tarefas próprias do seu sexo": costurar, bordar, lavar, fazer rendas e cuidar das crianças;
-
A timidez e a ignorância eram as características "desejáveis".
período imperial
(1822- 1930)
- A partir da Lei de 15 de outubro de 1827, a mulher adquiriu o direito à educação, através da criação de escolas de primeiras letras para meninas.
- Surgem as primeiras vagas para o sexo feminino.
- O Ensino Secundário era propedêutico e não era permitido as mulheres.
-
A Escola Normal, passou a representar uma das poucas oportunidades, das mulheres prosseguirem os seus estudos.
Fonte: Banco de Imagens do Google.
Feminização do magistério primário
Fatores:
remuneração
vocação
Possibilidade de conciliação com o trabalho doméstico
O Magistério Primário no contexto da Primeira República
Pesquisa realizada a partir de relatos de professores (homens e mulheres) do Estado de São Paulo.
Duas pesquisas:
-
Professores que deram aula para populações rurais no interior do Estado.
-
Professores de escolas da Capital de São Paulo.
metodologia UTILIZADA
Total: 41 participantes
- 8 homens/4 formados na Capital e 4 formados no interior.
-
33 mulheres/ 14 formadas na capital e 19 formadas no interior do Estado.
A carreira rápida dos professores homens
- A permanência como professores primários na sala de aula representou um curto período.
- Professores formados no interior passaram para postos mais elevados no magistério e para cargos técnicos.
-
Professores formados na capital: sucessão de promoções e ascensão na carreira e no sistema educacional.
a difícil ascensão feminina
- Relatos das professoras: o oposto
- 100 nomes indicados: Apenas 1 inspetora.
-
33 Relatos: Apenas 7 saíram do magistério primário / salas de aula
-
Projeção/Ascensão: Conhecimentos Especializados/ Experiência acumulada
POSTOS ocupados:
Diretoras, fundadoras de escolas, professora de escola modelo, chefe de setor, assistentes e dona de escolas particulares.
pontos em comum:
-
Atividades relacionadas ao ensino e à docência;
- Ascensão em função das especializações;
-
Longa permanência como professoras primárias;
- Cargos administrativos e de controle citados são exceções.
eNTREVISTA:
Nome: Cecília
Idade: 81anos
Reside em Porto Alegre, lecionou no magistério por 30 anos no âmbito Estadual.
questões para debate
1. De forma os discursos que circulavam (e ainda circulam) sobre a docência feminina aparecem nas falas da entrevistada?
2. Quando a entrevistada diz que o “magistério é amor” o que podemos pensar sobre a valorização da carreira do magistério no que diz respeito à remuneração?
Docência e Gênero
By Fol de Rol
Docência e Gênero
- 1,673