CEFALEIA EM REGIÃO TEMPORAL

PARTE 1 - PRINCIPAIS CAUSAS

José Luiz Inojosa

Recife, 21/06/23

SEM CONFLITOS DE INTERESSE

 

  • Graduado em Medicina pela UFPE
  • Neurologista pelo HC-UFPE
  • Preceptor e Supervisor da Residência Médica de Neurologia do HC-UFPE
  • Chefe do Ambulatório de Doenças Desmielinizantes
  • Mestre em Biologia Aplicada a Saúde pelo LIKA-UFPE
  • Especialista em Acupuntura

Unificando os Termos

  • Qual a diferença entre dor de cabeça, cefaléia, migrânea e enxaqueca?
    • Cefaléia é um termo geral para descrever dores cranianas. Do latim cephalaea
    • Migrânea/Migraine vem do grego hemikranium que significa  metade do crânio
    • Enxaqueca vem do termo árabe Jaqueca(ax-xaquica)

SEMIOLOGIA DA CEFALEIA

 

  • Quais perguntas são realizadas para investigar cefaleia?
    • Início da dor
      • Se crônico ou agudo
        • Se agudo ou hiperagudo
    • Intensidade da dor e qual a característica?
      • Pulsátil, furada, aperto, peso?
    • Localização no crânio?
      • Occipital, parietal, frontal ou temporal

 

REGIÂO TEMPORAL

 

  • CEFALEIA TEMPORAL ESTÁ ASSOCIADA A LOCALIZAÇÃO DO OSSO TEMPORAL
    • Possui este nome pois é onde classicamente se percebe a passagem do tempo pelo encanecimento dos cabelos

 

OSSO TEMPORAL

 

  • A parte escamosa  encontrar o osso zigomático da face.
  • A parte timpânica circunda o meato acústico externo
  • A parte petrosa contribui  forame passa a veia jugular interna (maior veia da cabeça) e os nervos cranianos IX, X e XI.
  • Também no osso temporal, através do canal carótico, passa a artéria carótida interna, principal artéria que nutre o encéfalo.
  • Além disso, os nervos cranianos VII (facial) e VIII (vestibulococlear) no meato acústico interno.

 

OSSO TEMPORAL

 

  • CAUSAS
    • INFECCIOSAS CAUSANDO OTALGIA OU ZOSTER
    • DISTÚRBIOS DA ARTICULAÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR*

 

MIGRÂNEA 

CEFALEIA EM SALVA

 

  • Mais severa das cefaleias primárias,
  • Cefaleia do suicida.
  • Pode ser classificada como crônica e episódica.
  • Cinco crises de forte intensidade na região orbital, supraobital e/ou temporal
    •  -Duração entre 15 e 180 minutos; -
    • Frequência das salvas em dias intercalados e até 8 por dia
    • Agitação;
    • Rinorréia ou congestão nasal, edema de pálpebra, miose ou ptose, sudorese em face ou fronte, lacrimenjamento ou conjuntiva avermelhada).

 

ARTERITE TEMPORAL

 

  • Cefaleia

    72%

    Polimialgia reumática

    58%

    Mal-estar

    56%

    Claudicação de mandibular

    40%

    Febre

    35%

 

ARTERITE TEMPORAL

  • TRATAMENTO
    • Prednisona 1mg/kg/dia, desmame iniciado na segunda semana
    • AAS100mg
    • Pulso de Metilprednisolona 1g/dia 5 dias
    • Poupador de corticoide (Azatiprina ou Metotrexato)
    • Tocilizumabe - anti-receptor de IL-6

 

ARTERITE TEMPORAL

CEFALEIA TENSIONAL 

OBRIGADO

Migrânea na História

3.000-7.000 AC

Migrânea na História

2.500 AC Museu Britânico

Migrânea na História

400 AC -Hipócrates

Migrânea na História

Século XII - Abadessa Hidelgard

Migrânea na História

Século XIV-Fogo de Santo Antônio

Migrânea na História

Século XX - Sangria

Fisiopatologia da Migrânea 

Fisiopatologia da Migrânea 

PRÓDROMO

(até 72h antes)

 

Sonolência

Fadiga

Bocejos

Sede

Poliúria

Fome (ppt sabor doce e chocolate)

Dor cervical

Fisiopatologia da Migrânea 

PRÓDROMO

(até 72h antes)


Sonolência

Fadiga

Bocejos

Sede

Poliúria

Fome (ppt sabor doce e chocolate)

Dor cervical

Fisiopatologia da Migrânea 

PRÓDROMO

(até 72h antes)


Sonolência

Fadiga

Bocejos

Sede

Poliúria

Fome (ppt sabor doce e chocolate)

Dor cervical

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

 

VISUAL

SENSITIVA

DISARTRICA

MOTORAS*

TRONCO CEREBRAL

ATÍPICAS

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

Depressão alastrante de Leão

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

Fisiopatologia da Migrânea 

AURA

Fisiopatologia da Migrânea 

DOR

CGRP

NO

GLUTAMATO

-Vias Trigeminais ativadas

-Hiperativação cortical

(sensibilidades)

-Reações Emocionais

-Alt. Autonomicas Oculares

4 a 72h seguido de pósdromo

Fisiopatologia da Migrânea 

DOR

CGRP

NO

GLUTAMATO

Classificação da Migrânea com Aura

Diagnóstico Diferencial

Avaliação Clínica

  • História detalhada da dor, intensidade e frequencia 
  • Sintomas acompanhantes
  • Definir sinais de alarme
  • Exame Neurológico de Triagem
  • Fundo de Olho
  • Exame Cefaliátrico
  • Definir se exames complementares
  • Definir terapias e profilaxia

Terapias  Farmacológicas

Terapias Não Farmacológicas

  • Exercício Aeróbico
  • Terapias de Relaxamento
  • Terapias de "coping"
  • Terapia Manual
  • Avaliação por MTC/Acupuntura

Terapias Não Farmacológicas

Avaliação por MTC/Acupuntura

Padrões de Desarmonia:

  • Estagnação do QI do Fígado
  • Fogo do Fígado
  • Ascensão do Yang do Fígado

Casos Clínicos

Caso 1

Sexo masculino, 28 anos

  • Dor esporádica, 1 vez ao mês, porém pode perder até 2 dias de trabalho, pai com migrânea.
  • Dor hemicraniana, geralmente a esquerda, pulsátil, moderada a forte intensidade
  • Não identifica pródromos, sem aura, tem vômitos, foto e fonofobia
  • Faz exercícios regulares
  • Exame neurológico, cefaliátrico e FO inocentes. Trazia RM encéfalo normal

Casos Clínicos

Caso 1

Sexo masculino, 28 anos

  • Crise tão intensa que vê pouco resultado com analgésicos comuns

Tem indicação de tratamento agudo?

Tem indicação de profilaxia?

Casos Clínicos

Caso 1

Tem indicação de tratamento agudo?

  • SIM! Pode ser tentado Triptano
  • Qual triptano?
  • Naratriptano + AINE

Tem indicação de profilaxia?

Casos Clínicos

Caso 1

Tem indicação de tratamento agudo?

  • SIM! Pode ser tentado Triptano
  • Qual triptano?
  • Naratriptano + AINE

Tem indicação de profilaxia?

Casos Clínicos

Caso 1

Tem indicação de tratamento agudo?

  • SIM! Pode ser tentado Triptano
  • Qual triptano?
  • Naratriptano + AINE

Tem indicação de profilaxia?

  • 2 a 3 ataques/mês, ou se falha aguda, ou para impedir abuso
  • obs: indicado se o ataque ou a aura é incapacitante

Casos Clínicos

Caso 1

Casos Clínicos

Caso 1

Conclusão:

  • Instituiu terapia aguda: AINE+Naratriptano
  • Como a crise de dor era incapacitante foi iniciado VPA 500mg/dia
  • Manter atividade física

Casos Clínicos

Caso 2

Sexo feminino, 35 anos

  • História familiar positiva, 2 crises por semana.
  • Está aumentando frequências e intensidade nos últimos 3 meses. Já despertou com dor
  • Dor hemicraniana ou bilateral, pulsátil, náusea, foto e fonofobia, podendo ou não ter aura visual
  • Já está em uso de ISRS há 4 meses
  • Tem passado de cálculo renal, episódios de asma, obesidade, sintomas depressivos
  • Caracterizado abuso de analgésico, exame neurológico e FO normais. Exame Cefaliátrico com pontos de gatilho ativos em esplênio, suboccipitais e ECOM's.

Casos Clínicos

Caso 2

Sexo feminino, 35 anos

  • Red Flag: Despertou com dor e mudança de padrão
    • RM Encéfalo
  • Orientar o desmame de analgésicos comuns
    • Esquema "ponte"- corticoide/clorpromazina
  • Estabelecer limites para uso do Triptanos - Rizatriptano 10mg
  • Definir profilaxia: manter ou trocar?
  • Trocaria o ISRS para Venlafaxina
  • Propor terapias não farmacológicas

Casos Clínicos

Caso 2

Casos Clínicos

Caso 2

Sexo feminino, 35 anos

  • Propor uma abordagem Neurofuncional de Acupuntura
  • Acupuntura Sistêmica após a identificação do padrão de desarmonia

Casos Clínicos

Caso 2

Sexo feminino, 35 anos

  • Se a paciente ainda assim tiver pouca resposta ou de fato atingir critérios para Cefaleia Crônica ( >15 dias/mês por 3 meses)
    • Elegível para Toxina Botulínica
    • Anticorpos Monoclonais ( relacionado ou CGRP)

Casos Clínicos

Caso 2

Sexo feminino, 35 anos

  • Se a paciente apresentar Migranea Menstrual?
    • Há estudos com Triptanos, suplementação de Magnésio ou cursos com AINES (Naproxeno)
  • A intensidade da migranea menstrual pode reduzir com o tratamento profilático geral
  • Abordagem por MTC

Casos Clínicos

Caso 2

Se a paciente estiver gestante??

Insônia

 

  • 15 a 25% da população sofre de insônia crônica
  • "Melhor dormir com remédio que não dormir"
    • Aumento do risco de outras doenças crônicas e Transtornos endócrinos e autoimunes
    • Síndrome do Sono Insuficiente
    • Higiene do Sono, Luz Azul e Melatonina

 

Insônia

 

  • BENZODIAZEPÍNICOS

 

  • CLONAZEPAM
  • DIAZEPAM
  • BROMAZEPAM
  • ROYPINOL
  • ALPRAZOLAM

Insônia

 

  • BENZODIAZEPÍNICOS

 

  • VANTAGENS: ALTA POTÊNCIA, PODEROSOS INDUTORES E MANTENEDORES, CUSTO BAIXO
  • DESVANTAGENS: DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA

Insônia

 

  • DROGAS Z

 

  • ZOLPIDEM (STILNOX, PATZ E NUIT FLASH)
  • ZOLPICLONA (IMOVANE)
  • ESZOPICLONA (PRYSMA)

Insônia

 

  • DROGAS Z

 

  • VANTAGENS: POTÊNCIA MODERADA, MENOR CHANCE DE DEPENCIA, USO MÁXIMO DE 3 MESES*
  • DESVANTAGENS: CUSTO ELEVADO

Insônia

 

  • ANTIDEPRESSIVOS

 

  • MIRTAZAPINA (REMERON 15MG)
  • AMITRIPTILINA (AMYTRIL)
  • NORTRIPTILINA (PAMELOR)
  • TRAZODONA (DONAREN)

Insônia

 

  • ANTIDEPRESSIVOS

 

  • MIRTAZAPINA- AUMENTO DE PESO E VERTIGEM
  • AMITRIPTILINA/NORTRIPTILINA- SEDAÇÃO DE REBOTE, OBSTIPAÇAO, BOCA SECA, MEMÓRIA E AUMENTO DE PESO
  • TRAZODONA - PERFIL MELHOR, PORÉM RESULTADO MEDIANO

Insônia

 

  • ANTICONVULSIVANTES

 

  • PREGABALINA
  • GABAPENTINA

Insônia

 

  • ANTICONVULSIVANTES

 

  • PREGABALINA - EFEITO LEVE, CONSIDERAR OUTRAS COMORBIDADES
  • GABAPENTINA - POUCO IMPACTO

Insônia

 

  • NEUROLÉPTICOS

 

  • QUETIAPINA 25 A 100MG
  • CLORPROMAZINA (AMPLICTIL GTS 4%)
  • PERICIAZINA (NEULEPTIL)
  • LEVOMEPROMAZINA (NEOZINE)

Insônia

 

  • NEUROLÉPTICOS

 

Doses baixas atuam menos no sistema da Dopamina e mais nos anti-histamínicos

  • QUETIAPINA 25 A 100MG - CUSTO
  • CLORPROMAZINA (AMPLICTIL GTS 4%)
  • PERICIAZINA (NEULEPTIL)
  • LEVOMEPROMAZINA (NEOZINE) - IDOSOS

Insônia

 

  • MISCELÂNIA

 

 

  • DIMENIDRINATO (DRAMIM)
  • CICLOBENZAPRINA
  • PROMETAZINA (FENERGAM)
  • RALMETEONA (ROZEREN)

Insônia

 

  • RALMETEONA

 

  • POTÊNCIA BAIXA/MÉDIA COM ALTO CUSTO
  • INDICADO PARA SÍNDROME DO SONO INSUFICIENTE, ATRASO DA FASE DE SONO
  • SINCRONIZADOR DO SONO
  • PODE SER ADICIONADO NO DESMAME DE DROGAS Z OU BENZO
  • DISTÚRBIOS DO SONO REM, PESADELOS

Insônia

 

  • MELATONINA

 

  • GERA TOLERÂNCIA EM 12 SEMANAS
  • POTÊNCIA BAIXA
  • INDICADO EM CASOS DE JET LAG E "RETORNO AS AULAS""MANTEM INDICAÇÃO PARA CASOS DE PESADELOS, DISTÚRBIOS DO SONO REM

Bibliografia

Obrigado

cefaleia temporal INTRADOR

By luizmiranda108@hotmail.com