Ronai Lisboa
Curso de Introdução à Física Clássica: Mecânica, Termodinâmica, Fluidos, Ondas e Oscilações e Eletromagnetismo para Bacharelado em Ciências e Tecnologias.
Objetivos
Aplicar o teorema trabalho-energia cinética quando a força é variável.
Força elástica (variável).
Forças constantes (peso e normal)
Força de atrito (distribuída).
Força elástica
Crédito: https://youtu.be/JhJzdtzl6KY
Crédito: https://youtu.be/0EEHuh5q2p8
Simulação
Mundo real
Força elástica
Como chegar até lá? Passo 1: Aprender o básico porque é uma boa ideia para medir forças.
No intervalo elástico a deformação é proporcional à força elástica.
É possível combinar molas para obter forças e deformações distintas.
A constante da mola k é uma medida quantitativa da rigidez da mola. Tem unidade S.I. de newton/metro: N/m.
Diferentes molas têm valores diferentes de k, dependendo de como elas respondem à compressão e ao alongamento.
A força elástica (uma força de contato)
É possível alterar a constante mola associando molas.
O gráfico mostra o componente x do deslocamento da extremidade livre da mola de sua posição relaxada em x0 versus a força aplicada à mola.
regime elástico
regime plástico
ponto de ruptura
Na verdade é uma bola bastante rígida!
Intervalo elástico
x−x0 (cm)
Fa (N)
A força elástica (uma força de contato)
Mola macia
Mola dura
Poste de aço
Para uma mesma força aplicada (peso) a deformação é maior para a mola macia
Fonte: Eric Mazur
Fonte: Eric Mazur
Podemos modelar qualquer superfície como um conjunto de molas. Quanto mais rígida a superfície maior o valor da constante elástica e menor será a deformação para uma mesma força aplicada.
A força elástica (uma força de contato)
Exemplo 1
Um livro de inércia de 1,2 kg é colocado no topo da mola na figura. Qual é o deslocamento da extremidade superior da mola da posição relaxada quando o livro está parado em cima da mola de constante de mola k=2,5×103 N/m?
O deslocamento é negativo, pois houve uma compressão da mola.
Fonte: Tipler & Mosca
O trabalho de forças variáveis (força elástica)
Se as forças não são constantes ou se não podemos determinar o deslocamento da força, os resultados obtidos não se aplicam.
A força elástica varia com a compressão ou alongamento do comprimento de um mola.
Para forças variáveis (elásticas) precisamos usar o cálculo diferencial/integral para determinar o trabalho da força elástica.
Aplicando o teorema trabalho-energia cinética:
Vemos que é possível alterar a energia cinética do sistema por meio do trabalho da força elástica.
No gráfico da força dependente da posição (deformação) em um função da posição (deformação), a área é numericamente igual ao trabalho.
Aplicamos a equação do trabalho e somamos para todos os n retângulos sob a curva:
Área do retângulo ≡ trabalho feito durante o passo n: Fx(xn)δxF
Área sob a curva ≡ trabalho realizado
Se permitirmos que o δxF se aproxime de zero (e o número de pequenos deslocamentos se aproximam do infinito n→∞),
O trabalho de forças variáveis (força elástica)
Exercício 2 (A10.P2-07)
Uma partícula de massa m se move ao longo do eixo x. Sua posição varia no tempo de acordo com
x=2t3+4t2,
onde x está em metros e t está em segundos.
Determine:
(a) a velocidade e a aceleração da partícula como funções de t,
(b) a potência fornecida à partícula em função de t e
(c) o trabalho realizado pela força resultante entre t = 0 e t = t1.
Considere um bloco deslizando sobre um trilho de ar inclinado (atrito é desprezível).
Aplicando: 1) a independência dos movimento de Galileu; 2) o princípio de superposição; 3) A segunda lei de Newton:
A força gravitacional pode ser decomposta em duas componentes no referencial adotado.
Essa é nossa equação de movimento. A partir dela sabemos contar toda a história do bloco!
O trabalho de forças constantes
As componentes da força de contato (N) e força peso (Py) são perpendiculares ao deslocamento da força. Assim, não realizam trabalho.
e
O trabalho realizado no bloco realizado pelo componente da força da gravidade ao longo do deslocamento é:
Isso faz sentido, porque é o componente x da força da gravidade que causa o deslocamento do bloco e faz todo o trabalho nele. As forças na direção y não causam deslocamento e, portanto, não realizam trabalho sobre o bloco.
O trabalho de forças constantes
O trabalho pode ser definido a partir de um produto escalar entre dois vetores: A⋅B=AB cos ϕ
O trabalho realizado pela força peso é:
Nesse exemplo, ϕ=π/2−θ. Então, cos(π/2−θ)=sen θ. O trabalho da força da gravidade é:
pois
O problema se resumiu ao produto usual da força peso (mg) pelo deslocamento na vertical (h)!
O trabalho de forças constantes
As superfícies inclinadas podem ser aproximadas por uma série de superfícies inclinadas.
O trabalho resultante somente contabiliza o trabalho da força peso (vertical) ao longo dos deslocamentos de queda (vertical).
O trabalho da força peso para deslocamentos na horizontal é nulo, pois.
Para obter uma melhor aproximação, podemos dividir a superfície em mais superfícies inclinadas menores, mas cada vez que vemos que o trabalho total realizado no bloco é igual a mgh.
O trabalho de forças constantes
As forças normal e de atrito estático são forças que provocam deformações elásticas.
As deformações elásticas são reversíveis. O piso não ficará arranhado ao remover a força aplicada antes do bloco iniciar o movimento.
Fonte: Chabay & Sherwood
A força de atrito cinético são forças que provocam deformações permanentes. Está relacionada à energia térmica.
As deformações permanentes são irreversíveis. O piso e o bloco ficarão arranhados por mais cuidadoso que seja o empurrão.
Fonte: Chabay & Sherwood
A força do atrito cinético não é uma força elástica e, portanto, causa dissipação de energia. A força do atrito estático é uma força elástica e, portanto, não causa dissipação de energia.
O trabalho das forças de atrito
O trabalho das forças dissipativas é negativo e leva ao aumento da energia térmica:
onde a variação da energia térmica é:
O trabalho da força de atrito é não conservativo porque diminui a energia cinética do sistema:
Sendo uma variação positiva e, portanto aumenta.
O trabalho das forças de atrito
A força de atrito estático realiza trabalho em um sistema?
pessoa
pacote
O atrito estático não envolve nenhum movimento das duas superfícies em relação uma à outra
O trabalho requer um deslocamento do ponto de aplicação da força diferente de zero
Nos dois casos, o sistema ganha energia cinética. De onde vem essa energia e qual é o papel do atrito estático em cada caso?
O trabalho das forças de atrito
A força de atrito estático realiza trabalho em um sistema?
pessoa
pacote
Há somente a componente horizontal da aceleração:
O deslocamento da força de atrito estático não é nulo para o pacote: ΔrF=d. Daí
O deslocamento da força de atrito estático é nulo para a pessoa: ΔrF=0. Daí
O trabalho das forças de atrito
Exemplo 3 (A9.P12-03 )
Um bloco de madeira de 0,50 kg que viaja inicialmente a 1,0 m/s desliza 0,50 m em um piso horizontal antes de atingir o repouso. Qual é a taxa média na qual a energia térmica é gerada?
Exemplo 4 (A9.P12-04 )
Um carro requer 300 kJ de energia para superar a resistência do ar e manter uma velocidade constante de 20 m/s por uma distância de 1,0 km. Qual é a força da resistência do ar exercida no carro?
Exercício 5 (A9.P12-09)
Uma partícula de 3,0 kg, que se move ao longo do eixo x, tem uma velocidade de 2,0 m/s quando passa pela origem. Ela está sujeita a uma força única, Fx, que varia com a posição como mostrada na Figura.
(a) Qual é a energia cinética da partícula quando ela passa pela origem?
(b) Qual é o trabalho realizado pela força, enquanto a partícula se move de x = 0,0 m até x = 4,0 m?
(c) Qual é a rapidez da partícula quando ela está em x = 4,0 m?
Exercício 6 (A9.P12-08)
Uma partícula, de massa m, está inicialmente posicionada no eixo x positivo, em x=xi, e sujeita a uma força repulsiva Fx, exercida pela partícula b. A posição da partícula b está fixa, na origem. A força Fx é inversamente proporcional ao quadrado da distância x entre as partículas. Isto é, Fx=A/x2, onde A é uma constante positiva. A partícula a é largada do repouso e fica livre para se mover sob a influência da força. Encontre uma expressão para o trabalho realizado pela força sobre a partícula, como função de x. Encontre a energia cinética e a rapidez de a no limite em que x tende a infinito.
Exercício 7 (A10.P2-09)
Uma caixa de massa M está em repouso na base de um plano inclinado sem atrito. A caixa está presa a um fio que a puxa com uma tensão constante T.
(a) Determine o trabalho realizado pela tensão T, enquanto a caixa é puxada por uma distância x ao longo do plano.
(b) Determine a rapidez da caixa como função de x.
(c) Determine a potência desenvolvida pela tensão do fio como função de x.
Exercício 8 (A10.P2-11)
Um bloco de 6,0 kg escorrega 1,5 m abaixo sobre um plano inclinado sem atrito que forma um ângulo de 60° com a horizontal.
(a) Desenhe o diagrama de corpo livre para o bloco e encontre o trabalho realizado por cada força, enquanto o bloco escorrega 1,5 m (medidos ao longo do plano inclinado).
(b) Qual é o trabalho total realizado sobre o bloco?
(c) Qual é a rapidez do bloco após ter escorregado 1,5 m, se ele parte do repouso?
Exemplo 9
Abaixo, é mostrado um bloco de 30,0 kg em repouso sobre uma rampa sem atrito inclinada a 60° em relação à horizontal. O bloco é sustentado por uma mola esticada 5,0 cm. Qual é a constante de força da mola?
Fonte: OpenStax
Exercício 10
Por um curto período de tempo, o guindaste na figura levanta a viga de 2,50 Mg com uma força de F = (28 + 3y) kN. Determine a rapidez da viga quando ela subiu y = 3 m. Além disso, quanto tempo leva para atingir essa altura a partir do repouso?
By Ronai Lisboa
Energia. Trabalho da forças constantes e variáveis.
Curso de Introdução à Física Clássica: Mecânica, Termodinâmica, Fluidos, Ondas e Oscilações e Eletromagnetismo para Bacharelado em Ciências e Tecnologias.